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Forcei-me a ser o cão do Pavlov

por Miss F, em 05.11.15

Estou numa fase de muitas coisas a acontecerem ao mesmo tempo. Com todas as mudanças, e apesar dos contratempos, comecei uma nova aventura. Que tem tanto de boa como de má. A boa é que estou a aprender carradas de coisas, na sua maioria muito interessantes. A má é que é muito conhecimento, muito condensado no tempo e que exige muito estudo (mais do que alguma vez tive de estudar na faculdade).

 

Com tanto volume de trabalho decidi tornar-me no Cão de Pavlov e adoptei um sistema de estímulo-resposta. Faço uma coisa e tenho uma recompensa. Leio um capítulo da matéria e tenho direito a vir à net espairecer (estou a escrever isto como recompensa). Faço os exercício sem errar e tenho direito a ir lanchar. Tive uma avaliação hoje e tenho outra amanhã, como recompensa vou ver o James Bond amanhã à noite. Curiosamente esta técnica (embora seja desagradável a comparação com um cão) foi-me ensinada numa formação no meu antigo trabalho. A ideia é que quando temos de fazer alguma coisa difiícil ou que nos custa, ao invés de nos focarmos no quão desagradável isso é devemos focar-nos em algo positivo que vai acontecer depois disso. A senhora que deu essa formação diz que, muitas vezes, quando o dia lhe estava a correr mal pensava 'quando chegar a casa vou brincar uma hora com o meu filho' e assim, o dia ia melhorando. A verdade é que isto resulta mesmo, se nos focarmos nas coisas positivas (como faz a Azulmar no seu diário de gratidão) os dias melhoram efectivamente, a velha máxima do Pensamento Positivo se calhar é velha porque tem mesmo resultado.

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publicado às 18:07

Da religião

por Miss F, em 20.04.15

Roma é uma cidade cheia de igrejas e, ao visitar algumas (como a Santa Maria dei Miracoli e a Basílica de São Pedro) dei por mim a reflectir sobre a religião. A grandiosidade das igrejas e a aura diferente que têm levaram-me a pensar 'Deve ser giro acreditar nisto e rezar nestes sítios'. Por outro lado pensei 'deve ser giro sim, mas eu não consigo'. Apesar de ter crescido numa família católica sou ateia e, embora use como argumento mais fácil para quem contesta o meu ateísmo o facto da Igreja fazer o contrário daquilo que (supostamente) Jesus Cristo ensinou ou mesmo o facto de Jesus ser judeu ortodoxo e não ter dito metade do que dizem que ele disse (evidências históricas), a verdade é que estes são argumentos mais fáceis de explicar e menos difíceis de ser 'atacados', no fundo o que me leva a não acreditar é a falta de fé. E a fé é sempre a base de qualquer crença. Tendo crescido numa família religiosa nem sempre fui assim, em pequena cheguei a ir à catequese (fui um dia, por vontade própria, e nunca mais lá voltei), rezava algumas vezes à noite e lia passagens da Bíblia da minha avó. 

 

Contudo, conforme fui crescendo fui começando a questionar. E quando se questiona e não se encontram respostas é difícil manter a fé. Algumas pessoas dizem-me 'eu por vezes também duvido que deus exista, quando as minhas preces não são atendidas, mas há que ter fé'. Não falo deste tipo de questões, falo na racionalização da coisa. Não me faz sentido haver uma entidade superior que nos criou, a ciência contraria esta ideia com factos, com provas. Quando comecei a estudar filosofia a coisa piorou - passei a ver a religião como uma resposta à fraqueza das pessoas, é mais fácil acreditarmos que alguém lá em cima olha por nós do que sermos sempre responsáveis por nós próprios. É este ponto que se torna complicado para mim o acreditar que há de facto um deus, é esta fé que me foi incutida pelos meus pais mas que nunca consegui interiorizar por completo. 

 

No fundo, a fé é a ausência de racionalização, a crença sem questionar, e eu não consigo deixar de questionar, de racionalizar, logo não consigo ter fé.

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publicado às 19:27


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