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Abortar ideias

por Miss F, em 25.06.15

Há assuntos que me tocam particularmente. Nunca fiz um aborto, conheço quem tenha feito e conheço quem não tinha tido coragem de fazer. Nunca tendo recorrido gosto, ainda assim, de ter essa possibilidade. Tenho uma relação estável e duradoura, tomo os devidos cuidados, mas ainda assim pode acontecer e tranquiliza-me saber que, se o resto falhar - porque nada é 100% seguro, exepto a abstinência - posso solucionar o problema. Aqui começa o debate sempre que tenho esta conversa com amigos. Sim, para mim engravidar seria um problema, dos grandes. Não quero ser mãe, nunca quis ser mãe e não me vejo a ser mãe. Muito menos de uma forma não planeada. O que me chateia em Portugal é que volta e meia isto volta a ser tema. Foram poucas as vezes que se usou o referendo neste país, mas referendou-se o aborto e a maioria das portugueses considerou que as mulheres devem ter o dreito de escolha. Isto devia ser suficiente para acabar com a conversa, mas não. Em primeiro lugar acho que este é um tema que só toca a mulheres, aquela história de também é pai não me convence. Sim, é verdade que sem ele não há gravidez mas se a mulher não quiser ser mãe é ela que vai carregar nove meses com a criança, é ela que vai passar pelos enjoos, pés e pernas inchados, a dor do parto, etc, porque ele quer. Eu sou apologista de O corpo é meu sou eu que decido. Ponto.

 

Vamos então ter novo debate no Parlamento, desta feita para se discutir a hipótese de a mulher ser obrigada a ver e assinar a ecografia antes de prosseguir com a IVG, bem como considerar esta como um qualquer outro acto médico, logo um acto pago. Quanto a ver a ecografia, já não é suficiente a carga emocional (provocada também pela desregulação de hormonas que acompanha a gravidez) de fazer um aborto? Vamos dificultar ainda mais a situação só pelo "Direito de Nascer"? Estamos a falar de uma coisa do tamanho de um feijão, que ainda não tem cérebro nem sentimentos. Depois é a questão de ser um acto pago. E as pessoas que optam pela IVG porque não tem condições financeiras para sustentar uma criança, vão tê-la porque não podem pagar a IVG e assim ir criando aos poucos mais problemas em cima de outros que podiam ser evitados? Já me cansam estes movimentos pró-vida que querem impor à força a sua opinião. Não querem fazer abortos? Não façam, são livres de ter 5, 10, 15 mil filhos se assim o entenderem. Mas não tentem dificultar a vida a quem teve não quer e por alguma razão aconteceu. A escolha é de cada uma, respeitem pelo menos isso.

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publicado às 09:38

Marina

por Miss F, em 24.06.15

Tenho partilhado pouco as minhas leituras convosco, mas tenho lido tanto e passado tão rápido de uns para os outros (já vou no 19º livro este ano) que depois esqueço-me de escrever. Mas hoje quero falar-vos sobre um livro que me tocou particularmente - Marinade Carlos Ruiz Zafón.

 

Sinopse:

«Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.» «Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro.» «Não sabia então que oceano do tempo mais tarde ou mais cedo nos devolve as recordações que nele enterramos. Quinze anos mais tarde, a memória daquele dia voltou até mim. Vi aquele rapaz a vaguear por entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina tornou-se de novo incandescente como uma ferida fresca. «Todos temos um segredo fechado à chave nas águas-furtadas da alma. Este é o meu.»

 

Porque me tocou particularmente?

Em primeiro lugar a escrita de Zafón deixa-me maravilhada, é um autor que gosto bastante de ler, com calma, e saborear a escrita dele. N'A Sombra do Vento o autor consegue dar uma vida às personagens que tornam a história mais envolvente, e o mesmo se passa com Marina. As personagens rapidamente conquistaram um lugar no meu coração e o que lhes vai acontecendo deixa-me realmente empolgada e preocupada. O final é triste e fez-me chorar - desde o The Fault in Our Stars que não me sentia assim com um livro. Contudo, apesar do John Green me ter deixado com um nó na garganta, a Marina conseguiu mesmo fazer com que as lágrimas caíssem. 

Tenho pena que, ao contrário do Daniel Sempere e Fermín Romero de Torres, que voltam no Prisioneiro do Céu (que li este ano) e no Jogo do Anjo (que quero ler em breve), Marina e Óscar não tenham mais aventuras publicadas.

 

Nota: Costumo utilizar o site da Bertrand para os links de livros mas (infelizmente ahaha) não sou patrocinada por eles, é só porque o site é dos mais fáceis de navegar e com melhores detalhes sobre as obras. Contudo e não obstante estou sempre receptiva a receber livros por parte desta e outras entidades.

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publicado às 12:20

Dia da Libertação

por Miss F, em 23.06.15

Hoje sinto-me liberta do mundo. Sem amarras, sem obrigações, sem pessoas atrás. Isto podia ser o início de um texto bonito, mas na verdade fiquei apenas sem telemóvel. Desligou-se sozinho e não mais deu sinal de vida, fica a reiniciar de forma contínua sem chegar à parte importante - inserir o pin. Agora digam-me, o bicho não podia ter-se avariado quando eu ainda tinha emprego? Expliquem-me como é que vou encontrar trabalho se não tenho forma de ser contactada? Como é que as pessoas faziam nos anos 90 sem telemóveis? Enfim uma série de questões que só damos importância nestas alturas. 

 

Eu bem que tento pensar de forma positiva mas quando acontece tudo o que é mau na mesma altura é difícil. Inspira, expira....

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publicado às 19:43

Feira do Livro - Parte II

por Miss F, em 23.06.15

Já vos tinha dito aqui que tinha aproveitado a Hora H para aumentar a minha biblioteca Murakami e aqui que tinha ido à Feira comer uma fartura. Pois bem, nesta segunda visita estava sob o olhar atento da minha mãe que revira os olhos sempre que entro com um livro novo em casa e acabei por não comprar nada. Não que ela desaprove que eu leia, só desaprova eu ter uma pilha de livros no chão em fila de espera. Soubesse ela a lista do Kobo... Adiante. Fui então à Feira uma terceira vez e já sabia o que ia acontecer. Vá a despesa não foi grande, em conjunto com o meu homem compramos o Cem Anos de Solidão, outro Murakami, uma biografia do Salazar e um livro da Segunda Guerra Mundial do Martin Gilbert. Foi uma despesa a meias e aproveitamos a promoção da Leya de leve 4 pague 3. Depois ainda fui muito querida e ofereci-lhe os dois volumes do Anti-Dühring do Engels (custaram 1€ cada num alfarrabista). Admito que ainda fiquei com livros na cabeça, nomeadamente As Grandes Agências Secretas de José-Manuel Diogo e O Homem de Constantinopla e Um Milionário em Lisboa do José Rodrigues dos Santos, mas não se pode ter tudo. 

 

Digo isto todos os anos, mas para o próximo ano vou reservar verbas especificamente para a Feira do Livro para não ser um tamanho rombo no orçamento!

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publicado às 09:12

Hoje apetece-me

por Miss F, em 22.06.15

Coldplay. Vi uma notícia na Sic que a guitarra usada no álbum Parachutes ia ser vendida num leilão e apeteceu-me ouvir este cd que é, para mim, o melhor deles. O som é tão reconfortante, faz-me pensar em tardes de chuva com uma manta, um café bem quente e a sala a meia luz, acolhedora. Faz-me pensar em corações partidos e paixões que acabam sem sequer terem tido uma hipótese de começar. A Yellow é aquele clássico que todos conhecem e é uma obra-prima, passa de uma batida leve e romântica, com uma letra simples e profunda, para depois ter aquelas acelerações da guitarra que mostram a urgência do amor, é um amor romântico mas cheio de adrenalina. No fundo esta música consegue ser um sumário do que é o amor, da paixão ardente de noite às manhãs de domingo na cama.  E a perfeição que são os 46 segundos da Parachutes em meia dúzia de versos?

 

In a haze
A stormy haze
I'll be round
I'll be loving you
Always, always

Here I am and I take my time
Here I am and I'll wait in line
Always, always

 

Gosto muito dos Coldplay mas sou saudosista, prefiro os primeiros cd's, o Viva la Vida tira-me do sério, acho que só o consegui ouvir três vezes e não colou. O Mylo Xyloto embora no geral goste não está no topo das preferências. Já o mais recente Ghost Stories tem músicas que me soam aos primeiros cd's o que o torna bem mais interessante. Se ainda não tiveram oportunidade de ouvir na íntegra deixo-vos aqui a sugestão do primeiro single (que já é do ano passado) para vos aguçar a curiosidade!

 

 

 

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publicado às 21:35

Coisas que não entendo... #2

por Miss F, em 22.06.15

Pessoas que dizem o comer. Pensem comigo, se dizem que bebem uma bebida qual é a dificuldade de comerem a comida?

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publicado às 16:40

Eficiência na Função Pública

por Miss F, em 12.06.15

Hoje fui levantar o Cartão do Cidadão mas fiquei-me pela intenção. Cheguei e havia fila para tirar senha, o que achei estranho. Depois percebi que a máquina não estava a funcionar, que o segurança insistia em ligar e desligar a dita-cuja 'a ver se é desta' e a fila ia aumentando e nada de senhas. Solução do segurança? 'Meus senhores têm de esperar'. Dizem que somos o país do desenrascanço mas na função pública se há um problema não há um plano B, quanto mais C ou D. Custava assim tanto cortar uns papéis, começar a contagem no último número que foi dado, colocar um carimbo ou assinatura do segurança e prosseguir com a nossa vidinha? Não, não custava, mas não há capacidade para pensar out of the box. Se a máquina não funciona não há senhas. Para não me irritar muito decidi vir embora e fui comer uma fartura à Feira do Livro. 

 

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publicado às 17:41

What perfection sounds like

por Miss F, em 03.06.15

 

 

Adoro esta gente. The XX são daquelas bandas que apareceram com um álbum incrível, seguido de outro brilhante e agora o Jamie (para mim Jamiezinho) aventurou-se sozinho e lançou o In Colour, que não podia deixar de contar com colaborações da Romy e do Oliver. Esta música está genial, tem a voz da Romy (para mim a melhor voz do mundo, não pelo alcance vocal mas tem uma voz linda, sem igual), tem um toque de XX mas vê-se que é só do Jamie. Não sei como consigo fazer esta distinção, mas consigo - é o Jamie com os XX mas não são os XX. Contudo eu tenho um grave problema com esta banda, arrepia-me ouvi-los, sei as letras de trás para a frente, fico em êxtase quando sai qualquer novidade, já tive oportunidade de vê-los ao vivo (duas vezes como banda e ao Jamie sozinho) e mal posso esperar por vê-los outra vez. Como já disse a algumas pessoas, quase sinto que somos amigos de tantas vezes que os vi ahah. E da próxima vez que vir The XX estarei na primeira fila, isso é garantido :)

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publicado às 21:50

The Girl On The Train

por Miss F, em 03.06.15

Ou 'A Mulher no Quim', como também gosto de chamar. Parece que este fenómeno de vendas finalmente chega às livrarias (em português) no dia 5 de Junho. Pela minha parte tenho a dizer que já li (no Kobo) e gostei muito. É um livro intrigante, um verdadeiro turn-pages, cheio de mistério. A história está muito bem pensada e a escrita ajuda muito, com frases curtas e simples nos momentos mais altos que ajudam a criar tensão. É um livro que se lê muito bem e muito rápido - comecei no domingo à noite a acabei hoje (segundo o Kobo demorei 7 horas a ler este livro e que li em média 1,4 páginas por minuto, digam lá que não é fantástico saber estes dados?).

 

Além da história em si que é muito boa, este livro mostra-nos que no nosso dia-a-dia aquilo que vemos sobre a vida dos outros pode não corresponder à realidade. Os gestos que fazemos, as acções que tomamos podem querer dizer algo completamente diferente daquilo que parece. As certezas que temos e os julgamentos que fazemos dos outros nem sempre (ou quase nunca) correspondem à realidade. Se tiverem oportunidade leiam este romance de estreia de Paula Hawkins, eu fiquei fan!

 

 Quanto à história, apesar de ser um livro misterioso eu consegui adivinhar o final. Não sei se tenho uma capacidade de previsão acima da média ou se a autora dá demasiadas pistas (um amigo meu diz que também adivinhou), mas quem leu diga-me se eu sou um génio na resolução de crimes ou afinal aquilo é fácil. Agradecida.

 

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publicado às 19:10

Experiência Kobo

por Miss F, em 03.06.15

Era uma pessoa céptica com as tecnologias e a literatura. Achava que ler tinha de envolver virar a página e sentir o cheiro dos livros. Nem sequer pensava nisso, para mim um e-reader era um gadget desnecessário, quem gosta de ler não usa essas coisas, isso é para aqueles que só querem ter o último grito da moda na tecnologia. 

 

Até que o namorado de uma amiga lhe ofereceu um. Primeiro olhei desconfiada, achei impessoal, não tinha aquele cheiro, sabem o cheiro a folhas novas à espera de serem descobertas? Depois percebi que tinha mais funcionalidades - até tem sudoku! Fui vendo o dela, li algumas páginas para ver a qualidade e fiquei chocada - olhar para aquilo é como olhar para uma folha de papel, não nos cansa a vista como acontece com um tablet (que era um dos meus argumentos contra). Eu e outro amigo ficamos rendidos, ele recebeu no aniversário dele e eu fiquei invejosa, também queria um. Fui falando mais e mais sobre o assunto com o meu moço, elogiando e dizendo como aquilo era de facto espantoso. Ele, surpreendido diz-me 'Então mas não eras contra essas coisas? Não dizias que quem gosta de ler pega num livro e não numa máquina?'. Sim, eu achava isso tudo. Mas como dizia o outro (e o outro é o senhor James Lowell):

 

"The foolish and the dead alone never change their opinions"

 

 

Como não sou tola, nem estou morta, acabei por me render a esta tecnologia. Então, no meu aniversário e com medo de estar a cometer um erro o meu moço lá me ofereceu o Kobo Aura. E que maravilha que isto é. Sabem quando estão a ler na cama e já não tem posição de estar porque têm de inventar novas formas de agarrar no livro? Com o Kobo isto não acontece. Sabem quando querem estar a tomar uma refeição e a ler mas as páginas não param quietas e tem de estar sempre com uma das mãos a segurar, tornando assim muito difícil comer? Com o Kobo isto também não acontece. Sabem quando têm curiosidade para saber quanto tempo demoraram a ler? O Kobo diz-nos quantas páginas lemos, em média, por minuto. 

 

E agora vocês perguntam-se Então e os livros onde ficam? Vais deixar de ler em papel? Não. Assim como assim sou materialista e apegada aos meus livros, por isso os meus autores preferidos vão continuar a ser lidos em formato papel, gosto das minhas colecções e vou continuar a tê-las. E vamos conviver os três muito bem, o Kobo, os livros físicos e eu. 

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publicado às 18:49

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