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Tenho opiniões sobre muita coisa, gosto de discutir ideias e gosto de ler. Como já ninguém me ouve, decidi começar a escrever. Não me levem muito a sério.
Vou aqui interromper as minhas férias para dizer só uma coisa: eu até concordava com as consultas psicológicas e os objectores de consciência se os casais que querem ser pais fossem submetidos a uma coisa semelhante, todos sabemos quanta gente tem filhos sem as mínimas capacidades para tal. Era só isto, agora vou regressar às férias.
Hoje vi no blog da LER que sai no próximo dia 27 de Agosto um novo livro da saga Millenium, iniciada por Stieg Larsson, que faleceu inesperadamente (isto faz-me pensar, alguém está mesmo à espera de morrer? adiante) em 2004 e, assim, deixou apenas três livros e um rascunho do quarto. O quarto livro é da autoria de David Lagercrantz. Mas esta publicação tem gerado alguma polémica que, para quem não anda atento, vou resumir:
Eu tenho mixed feelings com esta história. Por um lado, acho sinceramente que a sua mulher o devia conhecer melhor que ninguém. Falo por mim, a pessoa que melhor me conhece é o meu Moço. Acho, desde logo, uma injustiça que o pai e irmão tenham ficado com o património dele e esta história é bem capaz de me convencer a contrair matrimónio. Se eu falecer não quero que o meu extenso património (ahahahahahah) seja arrancado ao meu Moço. Isto quer-me parecer que o pai e o irmão querem ganhar uns trocos à conta do Larsson, mesmo sem o aval da "esposa". Depois temos a questão da história, é a senhora que tem o rascunho em mãos e não o partilha com ninguém, como é que o senhor Lagercrantz, o pai ou o irmão podem saber que rumo queria o autor que a história seguisse? Face a tudo isto penso que não devia haver livro coisíssima nenhuma.
Por outro lado.... Eu adoro as personagens. Adoro a história. Li os três livros no espaço de uma semana e pouco e, não satisfeita, ainda vi os filmes em Sueco. Depois vi a versão em inglês do David Fincher, mas não achei tão boa, é menos fiel aos livros. Por isso, não sei se consigo resistir a ler o livro. O meu eu ético e moral diz-me 'Não leias que isso não está certo', mas o meu eu fan-girl pensa 'Nunca mais é 27 de Agosto, nunca mais é 27 de Agosto.....'
E aquelas pessoas que acham que a sua ideia vai de encontro à ideia do outro?
Esta é outra das minhas batalhas: Se optarem por dizer que vai de encontro estão na realidade, e erroneamente, a dizer que as ideias chocam. As ideias vão ao encontro umas das outras e, assim, completam-se.
Aproveitei a última Feira do Livro de Lisboa para colmatar uma falha nas minhas leituras - Gabriel Gracía Márquez. Admito que, durante muito tempo, lia essencialmente autores anglo-americanos e portugueses, mas tenho vindo a aventurar-me por outras terras e realmente nota-se que há uma diferença grande entre autores de diferentes línguas e países. Tenho descoberto outros mundos e encontrado autores que me deixaram rendida à sua escrita, nomeadamente Murakami, Carlos Ruiz Zafón e, agora, Gabriel García Márquez.
Quando quero ler um autor novo procuro ler uma das suas obras mais conceituadas, neste caso escolhi o Cem Anos de Solidão (link para a sinopse na imagem) para começar.
Quando acabei o livro a minha reacção foi 'Como cheguei aos 25 anos sem ler García Márquez?'. O livro é bom, muito bom, a escrita é deliciosa, a história não tem nada de extraordinário, mas tudo se desenrola de uma forma tão natural e as personagens são tão interessantes que não dá para evitar ficar rendida à história dos Buendía. O livro tem como uma das personagens principais Úrsula, uma mulher forte e determinada, e este tipo de personagens femininas criam em mim um carinho especial. Gosto de mulheres fortes, com pêlo na venta.
O livro é, por vezes, confuso uma vez que os filhos dão o nome dos avós aos netos, numa sucessão interminável, e acabamos por conhecer vários Josés Arcádios e vários Aurelianos, duas Amarantas e duas Remédios, logo, quando paramos a leitura e a reiniciamos temos de fazer ali uma pausa mental para saber em que geração estamos. A propósito de nomes este tem, para mim, o melhor nome que já vi e, infelizmente, só aparece uma vez: Tranquilina Maria Miniata Alacoque Buendía. Nomes destes fazem-me sempre soltar uma gargalhada (sim, sou de riso fácil). O livro tem poucos diálogos e poucos parágrafos o que, para uns pode ser maçador, mas dá maior fluidez à escrita; quanto à minha visão, estou habituada a este tipo de escrita e acho que há livros que pedem este tipo de escrita - este é um deles.
Termino a minha opinião dizendo que este é um daqueles livros sobre nada e sobre coisa nenhuma, mas que nos prende à força das suas personagens, tão iguais e tão diferentes entre si.
Na verdade eu já estou de férias desde Maio e a leitura tem sido uma constante. Contudo, eu também mereço uns dias de papo para o ar a apanhar um solinho, vai daí que, na próxima semana, vou rumar ao Sol e ao Mar com o Moço. Se há coisa que não me pode faltar na praia são as leituras. Queria levar o Cem Anos de Solidão, mas achei-o tão solitário na estante que não lhe resisti e já estou a acabar. Tenho muitos livros no Kobo que estou a morrer por ler só que, dado que ainda não tenho uma capa para o proteger, o coitado não sai à rua. Pareço aquelas mães extremosas que não largam o filho um segundo, até falo com ele. Assim sendo, fico reduzida ao papel e vou levar estes dois amigos comigo:
Mais alguma sugestão que queiram fazer? É só uma semana, mas acho que há espaço para um terceiro amigo!
Eu travo várias lutas relativas à Língua Portuguesa. Uma delas a Maria das Palavras expôs hoje ao mundo. Mas se há coisa que não entendo são pessoas que fazem, e cito:
"o possível e o imaginário'"
Não amigos, lamento mas fazem o imaginável e não o imaginário. Fazem o possível dentro de tudo aquilo que podem imaginar, logo, o imaginável.
De nada.
Adoro receber presentes. Seja porque se celebra alguma ocasião em particular, seja porque alguém decidiu ser generoso comigo ou mesmo auto-presentes. Disse-vos, aqui, há uns tempos que tenho por hábito comprar a Vogue todos os meses. Desde pequena que sou fascinada pela Vogue, gosto dos looks que traz, das produções fotográficas e dos artigos. Consegue ser uma revista sobre moda, de mulheres para mulheres sem nos 'objectificar', não há artigos inúteis do género 'Faça-o perder a cabeça' com conselhos sexuais inovadores como 'faça-lhe um bico de surpresa'. Amigas, já a Samantha dizia
"If we would perpetually do blowjobs to every guy on earth, we would own the world…"
portanto essas dicas não servem para nada, todas sabemos (mais ou menos) o que os homens gostam. Mas estou a desviar-me do assunto! Então, eu estou inscrita num site para fazer inquéritos sobre vários assuntos e, consoante vou respondendo, vou ganhando pontos que, atingindo determinados pontos, posso converter em prémios. Hoje cheguei aos pontos necessários para receber durante 6 meses a Vogue. Digam lá que não é fantástico?
Nota: a citação é de cabeça por isso desde já peço perdão se não está exactamente igual.
Pois que tive direito a mais um destaque do Sapo, desta feita sobre o Harry Potter. Digam lá que isto não parece um incentivo para pegar nos livros? Obrigada Sapo e obrigada ao rapaz que na quinta-feira em Carcavelos gritou da toalha ao lado 'Eu não gostei do final do Harry Potter'. Já dizia a outra, não há coincidências.
Não dá para escapar ao assunto do dia - o Eusébio vai para o Panteão. Se foi um grande jogador? Foi sim senhor. Se foi um grande homem? Não sei, se calhar até foi mas eu nunca o vi fazer nada tão extraordinário para que mereça estar no sitio dos deuses. Ele não é um deus, foi um mero jogador de futebol. Ele não contribuiu em nada para melhorar Portugal. As pessoas andam a confundir importância histórica com mediatismo. E isso é uma coisa que me chateia, aborrece-me. Depois temos a questão do clubismo, se calhar só os benfiquista e meia dúzia de sportinguistas/portistas é que consideram que ele deve receber tais honras. Eu, como "ateia" ao nível de futebol nacional, sinto-me confortável para explorar o assunto sem condicionalismos de ordem clubística. Vi, na altura, que muitos benfiquistas de relevo na sociedade, ainda o corpo estava quente, já diziam que tinha de ir para o Panteão. E isto cheira-me que não é só porque acham sinceramente Eusébio digno desta honra, não consigo evitar pensar que há uma certa vitória moral ao estilo 'Nós temos um jogador no Panteão e os nossos rivais nunca vão ter'. Independentemente da sua proeminência enquanto jogador da selecção a verdade é que Eusébio é, acima de tudo, um símbolo do Benfica.
As honras do Panteão destinam-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao País, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade (retirado daqui)
Querem enquadrá-lo na expansão da cultura portuguesa, mas para mim chutar uma bola não é cultura. Cultura é arte - a literatura, a pintura, a música. Logo, se desporto não é cultura e se Eusébio se distinguiu no desporto não tem lugar no Panteão. É uma conclusão simples, mas que lá vai, lá vai.
Aquele momento em que percebes que és demasiado velha para usufruir de coisas boas.
Mas.. mas.. Eu não sou uma pessoa de negócios que viaja muito... Nem tenho até 12 anos... Tenho 25 anos, fresquinhos! Sim, já não sou teenager mas também não sou adulta. Nunca a música da Britney me fez tanto sentido!!