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Ainda os refugiados

por Miss F, em 10.09.15

Fiquei surpreendida quando o Sapo destacou o meu post sobre a crise dos refugiados, até porque o fez passado algum tempo de o ter escrito, e isso trouxe mais pessoas ao meu blog (a todos agradeço a visita e os comentários, independentemente de concordarem ou não). Continuo a ter a mesma opinião - devemos ajudar os refugiados. Como? Com conta, peso e medida. Muitas pessoas não estão a par dos procedimentos que envolvem um pedido de asilo - podem ler este guia do SEF que explica os passos a tomar. Se em países como Alemanha, Áustria ou Inglaterra onde os refugiados chegam aos milhares, todos os dias, é mais difícil controlar acho que em Portugal não vai ser assim tão complicado lidar com o fluxo de refugiados. Ademais, aqueles que queiram usufruir das condições especiais para os refugiados têm de seguir este processo e submeter-se às leis portuguesas, como todos nós. Não, não me considero uma pessoa ingénua e sei que há muitos que podem não vir por bem, sei que podem haver terroristas pelo meio e que é difícil garantir o controlo a 100%. Mas em algum sítio vivemos 100% seguros? Há sempre crime e insegurança, isso é uma certeza da convivência humana. Logo, a todos aqueles que não aceitem submeter-se às nossas leis nem queiram ser registados como refugiados, lamento mas voltem para a terra de onde vieram.

 

Tenho observado, com alguma estupefacção, a partilha de vídeos que visam mostrar como os muçulmanos são maus. Vi reportagens que já têm ANOS de existência, onde a violência é cometida por muçulmanos que NASCERAM nos países onde os vídeos se registam. Vejo vídeos onde só mostram a parte que interessa para defender que não devemos receber refugiados na Europa; depois, quando vamos ver os vídeos na íntegra afinal aquilo não foi nada assim. Mais, há actualmente um grupo no Facebook que está a organizar uma manifestação contra a vinda de refugiados que já conta com quase 17 mil - DEZASSETE MIL - pessoas. Já ouvi gente dizer 'é bem feito que venham e façam um atentado, depois aí é que eu me rio'. Gostaria de ouvir as gargalhadas se perdesse um familiar. Esta gente tem noção das barbaridades que diz?

 

Mas aquilo que me faz mesmo muita confusão e me deixa verdadeiramente triste é a falta de solidariedade dos portugueses. Tenho visto por todo o lado argumentos como 'Vêm roubar trabalho'; 'Devíamos era ajudar os nossos'; 'Eles só estão bem a destruir tudo, são todos terroristas'. Se um sírio, sem falar português e sem conhecimentos, conseguir roubar o trabalho a um português isso não abona em nada a favor do português. Ajudar uns não implica deixar de ajudar os outros - isso é como dizer que não se deve ajudar animais porque há pessoas a passar fome. Eles estão a fugir disso mesmo, de terroristas. Gostam tanto de levar com bombas como nós, daí estarem a F-U-G-I-R!!

 

Peço a todos os que estão a ler este texto que parem um minuto e respondam a esta questão: O que acham do Holocausto durante a II Guerra Mundial?

 

Já responderam?

 

Agora respondam a esta: Daqui a 50 anos querem ser lembrados como aqueles que não evitaram a morte de milhares de pessoas por acharem que vos vinham roubar o trabalho? Ou querem ser lembrados como aqueles que acolheram famílias desfeitas que estavam a ser chacinadas no próprio país? 

 

Sim, também sei que neste caso os riscos securitários são superiores, daí que seja a favor de um controlo restrito de quem vem. Mas isso é diferente de deixar afundar barcos só porque vem lá o Papão do Islão.

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publicado às 23:59


2 comentários

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zé a 13.09.2015

Como resposta, aconselho a leitura do comunicado do conselho das nações arabes, e das razões pelas quais não querem receber "essa gente" da siria.
Acerca de solidariedade, aconselho que se faça por cá que bem falta faz.
Por favor não misture o holocausto nisto, estes sirios ainda vivem mentalmente no sec XII, nada a ver com os judeus; para esta gente matar por sentir desrepeito ao ala é como beber um copo de agua, você como mulher deverá, se calhar, até estar agradada com o facto de para eles a mulher ser um objecto de prazer masculino para alem de uma besta de trabalho e carga.

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Miss F a 14.09.2015

O meu ponto de vista é que podemos fazer solidariedade com os de cá e com os que vêm de lá, não são mutuamente exclusivas. E aqueles que mais defendem que se ajude cá se calhar nunca mexeram um dedo nem para ajudar uma velhota a atravessar a estrada quanto mais um sem-abrigo.

Está bastante equivocado zé, há uma minoria fundamentalista que mata facilmente aqueles que chama de infiéis, mas é desses que estes sírios estão a fugir. Porque para estes fundamentalistas qualquer islâmico que não reze cinco vezes por dia voltado para Meca também é infiel, acredite que não é nada contra Europeus em particular.

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