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Tenho opiniões sobre muita coisa, gosto de discutir ideias e gosto de ler. Como já ninguém me ouve, decidi começar a escrever. Não me levem muito a sério.
Gosto de viajar, embora o tenha feito pouco fora de Portugal. Eu e o meu homem andavamos a magicar uma viagem por uma cidade europeia e tinhamos várias opções em cima da mesa - Amesterdão, Berlim, Barcelona... Mas acabamos por nos decidir por Roma (contribuiu o facto de termos encontrado viagens e hotéis mais em conta). No dia 9, na passada quinta-feira lá nos pusemos a caminho e as 5h da manhã estavamos no aeoroporto prontinhos para arrancar.
Fomos pela TAP, tinha ido anteriormente pela Easyjet e tooooda a gente me dizia que as low-cost não prestam e bom bom é a TAP. Hmm hmm.. O Airbus 319, 320 ou 321 que são os mais usados em vôos dentro da Europa são iguais para todas as companhias, só muda o logotipo da empresa. Pois que ao nível de espaço nas cadeiras e entre filas é a mesmíssima coisa. A única diferença substancial está em darem comida, que não é nadinha de especial.
Aterramos em Fiumicino pelas 10h40 locais e já tinha o motorista à espera. Toda uma finesse, muitos com a típica A4 branca com nomes mas o meu tinha um tablet. Olecas, só para verem quem é importante. Olhando para ele, italiano até à quinta casa. Alto, fato custom made, óculo escuro, barba e cabelo rentinho. Più bello ragazzo (o meu homem que me perdoe mas o moço, de facto, era jeitoso). Foi muito simpático, levou-me a bagagem até à viatura, e cheguei a Roma num BMW. Lá está, tooooda uma finesse. Logo na viagem até Roma deu para perceber que a segurança na condução não é uma prioridade para os romanos (povo que odeia ser um vulgar italiano, afinal foram a capital do Império!). Ultrapassagens à maluca, velocidade estonteante, buzinanço, tudo o que se tem direito. Quando chegamos mesmo à cidade o moço lá nos começou a chamar a atenção para os pontos interessantes, como a muralha do Vaticano ou a fila para o Museu do Vaticano. Chegamos ao hotel em segurança e já tinhamos o quarto pronto, o que foi óptimo deu para refrescar antes de partirmos à descoberta.
Começamos por um almoço leve, uma sandes de prosciutto (mama mia, ma che meraviglioso prosciutto!!!!) e mozzarella e uma cola para refrescar. Iniciamos a visita pelo Castel Sant'Angelo. Estavamos num hotel perto do Vaticano e consoante nos íamos aproximando do castelo começavamos a ver o famoso Il Passetto, que liga o Vaticano a esta fortaleza. Inicialmente construído como um mausoléu para o Imperador Hadrian foi também usado como prisão, fortaleza e, através do Passetto, serviu também para os Papas se refugiarem em tempos de perigo. Dizem as más-línguas que alguns Papas também usavam o Castel Sant'Angelo para algumas pouca-vergonhas. Malandros! É um sítio com vistas lindíssimas sobre a cidade, sobre a Basílica e o rio Tevere (lamento mas a tradução para Tibre chateia-me, para mim é Tevere!). O nome do castelo vem da suposta aparição de um anjo no século IX. Quando o Papa Gregório organizava uma procissão ao túmulo de São Pedro para invocar a divina misericórdia e terminar com a Peste na cidade apareceu um anjo com uma espada sobre o mausoléu e, em 590, a peste terminou. A estátua no topo do castelo já foi sendo substituída (uma delas ficou destruída ao ser atingida por uma raio) mas mantém a essência do anjo com a espada. A visita ao castelo termina com uma espiral em volta do centro.
Vista do Castel Sant'Angelo para a Basílica, o rio Tevere e a Ponte Vittorio Emanuele II
Estátua no topo do Castel Sant'Angelo
Daqui seguimos para a Piazza Navona, com as suas fontes esculpidas por Bernini, uma igreja imponente e o famoso obelisco que é uma imagem de marca das praças mais importantes da cidade. Aqui paramos para comer um gielatto, são deliciosos e baratíssimos (3€ por um copo com duas bolas). Aproveitamos para descansar um pouco e vimos uma situação hilariante. Sabem como as italianas são conhecidas por serem boas? Pois que estava uma senhora do lixo (perdoem-me não me ocorre o nome técnico) com uma maquilhagem e cabelos impecáveis, mãos mais bem cuidadas que as minhas e bem jeitosa! Por esta altura já eu e o meu homem estavamos mais que rendidos à beleza das italianas!! Depois de apreciarmos a praça, que é cheia de cafés e restaurantes, seguimos caminho, desta feita para o Pantheon. Diga-se que o meu homem é muito prendado ao nível da leitura de mapas, assim fomos dar uma volta enooooorme, completamente ao contrário do que era suposto com ele sempre a dizer 'é por aqui, tenho a certeza'. Até que eu peguei no mapa e voltamos ao caminho certo. Chegados ao Pantheon entramos e estava um sinal a recordar que nos encontravamos num local de oração sagrado e para mantermos o silêncio. A intenção é boa mas não resulta, os turistas simplesmente não respeitam, mesmo com pessoas a pedirem nos microfones em várias línguas para se respeitar o silêncio. Os principais atractivos são o facto de ser um antigo templo dedicado aos deuses pagãos, embora actualmente não restem as originais estátuas pagãs que foram mandadas destruir pelo Vaticano, e o facto de ter o túmulo do renascentista Raphael, bem como dos reis Vittorio Emanuel II e Umberto I. Na praça em frente tem o famoso obelisco.
Piazza Navona - Igreja Sant'Agenese in Agone, Obelisco e Fonte dos Quatro Rios de Bernini
Depois de descansarmos um pouco voltamos à estrada em direcção à Fontana di Trevi. Em caminho paramos num café escondido, muito agradável, onde bebemos um belo cappuccino. A Fontana di Trevi foi... uma desilusão. Eu percebo, temos de restaurar os monumentos se queremos que eles durem, mas não podiam fazer isso noutra altura??? Assim... quando eu não estivesse lá? É que vi só as estátuas, sem água a correr e cheia de andaimes. Ninguém merece. Diz a lenda que se quisermos voltar a Roma devemos atirar uma moeda para esta fonte por cima do ombro esquerdo, mas cumpri este desígnio a meio gás - deixaram uma amostra de água para mandarmos a moedinha na mesma. Senhores da câmara de Roma ou responsáveis por este restauro - ficam já avisadinhos que se não voltar a Roma vos ponho um processo em cima, a culpa é vossa!
Fiquem lá com o que foi possível ver na Fontana di Trevi.
Já cansados deste andamento começamos a viagem de regresso ao hotel para jantar. Passamos a Ponte Cavour que nos levou até à Piazza Cavour, situada nas traseiras do Tribunal. Esta praça marca o XX Settembre, data da batalha final que levou à unificação de Itália. Camillo Benso, o conde de Cavour foi o primeiro Primeiro Ministro de Itália e uma das principais figuras da unificação do país. Esta praça tem um pequeno jardim e vêem-se bastantes crianças a brincar e pessoas a passear os seus cães. Roma é uma cidade onde se vêem bastantes pessoas a passear cães e não tenho memória de ver cães abandonados.
Pormenor da estátua na Piazza Cavour. Achei engraçado que muitos sítios (incluindo as tampas do esgoto) mantêm o célebre SPQR - Senatus Populus Que Romanus
Para finalizar o dia jantamos num restaurante perto do hotel, o homem comeu Lasagna eu como Gnocchi. Estava agradável, mas comi noutros sítios melhores, este não recomendo. Mas a culpa é minha que já não queria mexer o rabo para procurar um sítio melhor. Em minha defesa, tinha acordado às 3h30 da manhã, ninguém merece!!