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Tenho opiniões sobre muita coisa, gosto de discutir ideias e gosto de ler. Como já ninguém me ouve, decidi começar a escrever. Não me levem muito a sério.
Falei-vos deste livro quando o li, no ano passado, e a minha opinião não foi das melhores. Se há Sequela que nunca devia ter sido impressa é sem dúvida The Girl in The Spider's Web.
Foi o pior livro que li em 2015, é muito mauzinho por todos os motivos e mais alguns. Leiam a review se quiserem que a mim até me custa perder mais tempo a falar neste livro!!
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Magda, M*, The Daily Miacis, Mula, Marciano, Alexandra, JP, Drama Queen, Fatia Mor, CM, Nathy, MJ, Just, Ana Rita Garcia M., Tea, Just Mom, Carla Godinho, Carla B., Neurótika Webb e Noqe
Já vos tinha dito que tinha algumas reservas a ler este livro, essencialmente por ser (quase?) um livro não autorizado (podem ver aqui). Mas sabia que não conseguia deixar passar, e como se sabe a curiosidade matou o gato.
Para quem ainda não leu, têm aqui a sinopse. O livro marca o regresso da Lisbeth e do Blomkvist mas foi um regresso a meio gás. Ou sem gás nenhum. A ideia do livro está engraçada, acho que o autor conseguiu desenhar uma boa ideia e pegar em aspectos não aprofundados nos livros anteriores para criar o que até poderia ter sido uma boa história. Contudo, a execução da mesma deixa a desejar, e muito. Em primeiro lugar o livro começa focado em duas personagens que pouco nos dizem - Alona Casales e Gabriella Grane. Até meio do livro temos pouca Lisbeth e pouco Blomkvist. Erika Berger, uma personagem que gosto bastante, aparece pouco e muito diferente. O mesmo se passa com Lisbeth e Blomkvist - têm o nome mas falta-lhes a essência, ambos ficam reduzidos aos seus traços gerais. A Lisbeth parece apática e falta-lhe profundidade; o Blomkvist nem se percebe bem, inicialmente está sem vontade de continuar na Millenium, depois já está a lutar para 'salvar' a revista. Falta muita coisa para serem realmente as personagens que gosto.
A história centra-se na Inteligência Artificial e num miúdo autista, filho da personagem que desenvolve toda uma investigação sobre Inteligência Artificial. Penso que o objectivo seria levantar um bocadinho o debate sobre se as máquinas poderão vir a suplantar quem as criou, mas o desenrolar da coisa parece tudo muito atabalhoado. Temos também a exploração do autismo de uma forma muito superficial, embora se gere alguma simpatia para com o Augustus. Surge ainda a questão dos hackers mas explorado de uma forma... esquisita. Quis ser tanta coisa que acabou por não ser nada. Enquanto nos livros anteriores Larsson abordava sempre um tema importante (violência contra as mulheres, tráfico humano...) neste é tudo muito poucochinho e até confuso.
Depois temos o desenrolar da história, até meio é muito parado, sem grande sumo. Só a cerca de 100-80 páginas do final é que surge alguma acção. Há partes do livro que são boas mas, ainda assim, muito longe daquilo a que Stieg Larsson nos tinha habituado. Naturalmente esta comparação torna-se inevitável, afinal foi Lagercrantz quem assumiu o compromisso de continuar a obra. Voltando à história, passamos de um momento em que não sabemos nada para, de repente, passarmos a saber tudo. Demora demasiado tempo e depois, chega rápido de mais. Acho que realmente não foi uma prova bem superada, ficou provado que o livro só serviu mesmo para encher um pouco mais os bolsos do pai e irmão do Stieg Larsson.
Embora no Goodreads tenha 4 estrelas fui ver melhor os comentários e parece que estas pontuações foram atingidas antes do lançamento do livro, ou seja, representam expectativas altas. Da minha parte recebe uma mísera pontuação de . Os poucos aspectos que gostei neste livro não chegam sequer para as duas estrelas. Posso dizer-vos que quando estava a cerca de 15 páginas do fim (o que seria o clímax) adormeci. Promete, hein?
Hoje vi no blog da LER que sai no próximo dia 27 de Agosto um novo livro da saga Millenium, iniciada por Stieg Larsson, que faleceu inesperadamente (isto faz-me pensar, alguém está mesmo à espera de morrer? adiante) em 2004 e, assim, deixou apenas três livros e um rascunho do quarto. O quarto livro é da autoria de David Lagercrantz. Mas esta publicação tem gerado alguma polémica que, para quem não anda atento, vou resumir:
Eu tenho mixed feelings com esta história. Por um lado, acho sinceramente que a sua mulher o devia conhecer melhor que ninguém. Falo por mim, a pessoa que melhor me conhece é o meu Moço. Acho, desde logo, uma injustiça que o pai e irmão tenham ficado com o património dele e esta história é bem capaz de me convencer a contrair matrimónio. Se eu falecer não quero que o meu extenso património (ahahahahahah) seja arrancado ao meu Moço. Isto quer-me parecer que o pai e o irmão querem ganhar uns trocos à conta do Larsson, mesmo sem o aval da "esposa". Depois temos a questão da história, é a senhora que tem o rascunho em mãos e não o partilha com ninguém, como é que o senhor Lagercrantz, o pai ou o irmão podem saber que rumo queria o autor que a história seguisse? Face a tudo isto penso que não devia haver livro coisíssima nenhuma.
Por outro lado.... Eu adoro as personagens. Adoro a história. Li os três livros no espaço de uma semana e pouco e, não satisfeita, ainda vi os filmes em Sueco. Depois vi a versão em inglês do David Fincher, mas não achei tão boa, é menos fiel aos livros. Por isso, não sei se consigo resistir a ler o livro. O meu eu ético e moral diz-me 'Não leias que isso não está certo', mas o meu eu fan-girl pensa 'Nunca mais é 27 de Agosto, nunca mais é 27 de Agosto.....'