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Tenho opiniões sobre muita coisa, gosto de discutir ideias e gosto de ler. Como já ninguém me ouve, decidi começar a escrever. Não me levem muito a sério.
Eu acho que já falei disto por aqui, mas esta semana tive uma discussão (saudável) com um colega e, mais uma vez, confirmo que as pessoas têm dois problemas fundamentais. O primeiro é que não respeitam que as pessoas pensem de forma diferente, nem é discordar, sou da opinião que concordar em discordar é muitas vezes o melhor entendimento, é simplesmente recusar que uma pessoa possa ter uma opinião diferente sobre um assunto. O outro problema, que acaba por derivar deste, é não entenderem que as mulheres não são todas iguais nem pensam todas da mesma forma.
A questão era casar e ter filhos. Eu disse que não queria casar nem ter filhos. Como já devem ter percebido tenho uma relação duradoura com a pessoa com quem quero construir uma vida. Mas essa vida não tem de incluir casar e ter filhos. A minha opinião sobre o casamento é muito controversa (pelo menos no meu círculo de amigos), eu acho que quanto maior e mais exuberante é a festa, menor é a duração do casamento; gasta-se um dinheirão, por mais low-cost que seja, que dava perfeitamente para fazer uma ou duas viagens; e, por fim, os noivos têm mais preocupações do que proveito. Quanto a filhos remeto-vos para aqui e ficam logo a par da situação. Face a esta minha opinião a conversa desenrolou-se mais ou menos assim:
Colega - Mas não podes pensar assim!
Eu - Ai não? Qual é a lei que diz que não posso?
Colega - Oh as pessoas mudam de opinião. Há quanto tempo tens essa opinião?
Eu - Desde que me lembro que sempre disse que não queria casar nem ter filhos, devia ter uns sete anos quando comecei a dizer isto pela primeira vez.
Colega - Ah mas ainda mudas de opinião.
Eu - Repara, desde pequena que sempre ouvi que quando tivesse um namorado a sério ia mudar de opinião. Tenho um namorado a sério, há muito tempo, e continuo a ter a mesma opinião.
Eu já perdi a conta à quantidade de pessoas que tentaram fazer-me mudar de opinião (e não conseguiram). Sempre que estas conversas surgem eu até evito dizer logo o que acho, mas esse momento chega sempre. O mais engraçado é que são maioritariamente os homens que se insurgem contra esta minha forma de pensar, as mulheres entendem que somos todas diferentes. E, naturalmente, perguntam sempre o que o moço acha, porque de certeza que ele quer ter filhos. A minha resposta é sempre a mesma - acham que numa relação de sete anos nunca falamos sobre isto? Nem chegamos a um entendimento? E, em tom de brincadeira, digo sempre que se ele quer ter filhos, arranje outro útero, este é meu e eu é que mando nele.
Saiu hoje uma notícia que os veterinários defendem benefícios fiscais para quem tem animais de estimação. Eu nunca tive animais, seria incapaz de tratar mal um animal mas não tenho particular gosto por eles. Posto isto não podia discordar mais desta ideia. Se há gente que tem filhos para receber abono e outras ajudas então com animais passavam a ter uma quinta em casa. Ou seja, salvaguardar o bem-estar dos animais, que está na base da ideia podia ter o efeito contrário, até porque convém não esquecer que tudo o que são benefícios fiscais é bem mais bonito na teoria do que na prática, quando percebessem que afinal o benefício não é assim tanto iam aumentar os abandonos. Sim, conheço quem trate os animais como família (e acho bem) e sei que se gasta muito dinheiro com um animal de estimação, contudo não vejo porque hão-de ter benefícios. Quem quer ter um animal tem que ter tudo em conta, se não tem capacidade financeira para sustentar o bicho fica quieto no seu canto ou vai visitá-lo ao canil todos os dias (estou a assumir que quem gosta MESMO de animais os adopta). Eu gostava de comprar livros todos os dias, mas como não posso não compro. Acho que é simples. No fundo acho que esta ideia é mais para as pessoas do que para os animais e não os ia beneficiar em nada.
Nota: Post editado para pôr o link da notícia.