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Tenho opiniões sobre muita coisa, gosto de discutir ideias e gosto de ler. Como já ninguém me ouve, decidi começar a escrever. Não me levem muito a sério.
Daqui a um mês, a esta hora, estamos sentados no sofá, de barriga cheia, a debicar uma filhós aqui e um sonho ali, a decidir entre mais um Ferrero Rocher recebido na noite anterior ou mais umas quantas nozes, enquanto vemos um filme em família (e vai sempre haver alguém que o viu no cinema e vai dizer como acaba). Daqui a um mês já foram as prendas, já foi a emoção da meia-noite, já foi tudo. E neste mês não há nada que me apeteça menos.
Lembro-me que quando era pequenina o Natal era assim uma coisa para cima de espectacular, no dia 24 a família chegava cedo, às oito estava tudo à mesa pronto para o bacalhau com as couves, os miúdos mal comiam enquanto iam olhando para o relógio à espera da meia-noite e a tentar adivinhar o que iam receber, os graúdos iam pondo a conversa em dia enquanto troçavam dos mais novos. Até chegar à meia-noite havia jogos, risos e brincadeiras, gritos das mães para fazermos pouco barulho, e toda uma azáfama na cozinha para lavar a loiça a tempo da meia-noite (que ninguém recebe o Pai Natal com os tachos por lavar). Às onze e meia começava a correria para cada um dar o sapatinho para pôr na chaminé, sem isso o Pai Natal não deixa cá nada, e agora ala para o quarto que o Pai Natal não quer ser visto. Meia-noite. Ansiedade. No meu são 23h59! No meu já é 00h01! Até ouvirmos os gritos 'Poooodeeeeem viiiir!!' e aí começava a maratona até à chaminé, para ver quem chegava primeiro, para ver quem tinha mais prendas, para rasgar os embrulhos a toda a velocidade. E depois da meia-noite brincavamos com o que tínhamos recebido, comíamos doces e os adultos conversavam. O dia 25 era quase um dia de reflexão, almoço tardio que se transforma em lanche, um cházinho para ajudar na digestão, e ver um filme em família ao final do dia.
Depois cresci. E depois o Natal foi perdendo a piada. Eu costumo adorar o Natal. Por esta altura normalmente já ouvi quinhentas vezes o meu CD de Natal, já ando de sorriso nos lábios nos centros comerciais quando olho para as decorações e já só penso em Natal. Mas nos dois últimos anos, por mais que me esforce por tentar tornar o Natal especial as pessoas não querem saber. Preferem estar coladas à televisão a ver estranhos a abrirem presentes num reality show e a dizerem o quão especial é o Natal. E a minha família prefere isto a realmente estar em família. E eu cansei. Este ano não vou fazer os meus biscoitos, não vou fazer o meu bolo de chocolate, não vou escolher uma playlist para pôr a tocar durante o jantar, nem tão pouco me vou chatear. Mas já deixei uma promessa - se escolherem sentar-se em frente à TV ao invés de convivermos, como família, eu pego num livro e ponho-me a ler. Porque se é um dia como os outros então eu fico a fazer o que mais gosto.
Por estas e por outras, este ano estou Grinchada.
Adoro receber presentes. Seja porque se celebra alguma ocasião em particular, seja porque alguém decidiu ser generoso comigo ou mesmo auto-presentes. Disse-vos, aqui, há uns tempos que tenho por hábito comprar a Vogue todos os meses. Desde pequena que sou fascinada pela Vogue, gosto dos looks que traz, das produções fotográficas e dos artigos. Consegue ser uma revista sobre moda, de mulheres para mulheres sem nos 'objectificar', não há artigos inúteis do género 'Faça-o perder a cabeça' com conselhos sexuais inovadores como 'faça-lhe um bico de surpresa'. Amigas, já a Samantha dizia
"If we would perpetually do blowjobs to every guy on earth, we would own the world…"
portanto essas dicas não servem para nada, todas sabemos (mais ou menos) o que os homens gostam. Mas estou a desviar-me do assunto! Então, eu estou inscrita num site para fazer inquéritos sobre vários assuntos e, consoante vou respondendo, vou ganhando pontos que, atingindo determinados pontos, posso converter em prémios. Hoje cheguei aos pontos necessários para receber durante 6 meses a Vogue. Digam lá que não é fantástico?
Nota: a citação é de cabeça por isso desde já peço perdão se não está exactamente igual.
Então, já se pode falar de Natal??
Nos centros comerciais já começam a surgir as primeiras decorações, o tempo também já arrefeceu para se instalar o clima de Natal e já começo a pensar no que vou oferecer a cada pessoa. E começo também já a pensar nas prendas que gostaria de receber.. Assim de repente um Natal só com livros parece-me bastante bem, mas a verdade é que as pessoas já quase se recusam a oferecer-me livros!
Quanto aos meus desejos para este ano não me importava nada de receber um livro do Saramago daquela nova colecção com as capas coloridas, o novo do Haruki Murakami, um dos packs do Murakami que vêm enrolados num lenço muito giro ou o The Silkworm, de Robert Galbraith, o pseudónimo da J.K. Rowling.
A um mês e meio do Natal já tenho vontade de ouvir a minha tracklist natalícia, para quem se quiser inspirar aqui fica o meu Top 5 :)
1. Frank Sinatra - Let it Snow, Let it Snow, Let it Snow
2. Andy Williams - It's The Most Wonderful Time of The Year
3. Ella Fitzgerald - Sleigh Ride
4. Dean Martin - Rudolph the Red Nose Raindeer
5. Mariah Carey - All I Want for Christamas Is You