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Tenho opiniões sobre muita coisa, gosto de discutir ideias e gosto de ler. Como já ninguém me ouve, decidi começar a escrever. Não me levem muito a sério.
Normalmente vejo pouca televisão mas gosto de estar atenta a séries que têm sucesso lá fora, e uma das séries de sucesso no Reino Unido é a dinamarquesa Borgen. Tenho acompanhado através da RTP2 e rapidamente se tornou numa das minhas séries preferidas. A série acompanha essencialmente a política na Dinamarca, mas apesar de se focar no país consegue ser um retrato daquilo que se passa na política em qualquer parte do mundo - os acordos entre partidos, as trocas de favores e as chantagens que por vezes existem. Adoro este tipo de séries porque adoro política (embora não me reveja nos partidos portugueses, o que me impede de me envolver neste meio). A personagem principal é a primeira-ministra Birgitte Nyborg, papel desempenhado por Sidse Babett Knudsen que poderão ver na adaptação cinematográfica de Inferno de Dan Brown no próximo ano. A personagem é genial, é uma mulher forte e independente, com os seus princípios bem definidos e que não se deixa vergar, defendendo sempre aquilo em que acredita. Identifico-me com algumas causas e princípios que ela defende e isso também faz com que goste mais da série.
A série aborda também o jornalismo e a relação da política com os media. Neste aspecto destaca-se Katrine Fonsmark, interpretada por Birgitte Hjort Sorensen (para quem vê o Game of Thrones já devem reconhecê-la como a wildling Karsi no episódio Hardhome, o oitavo da última temporada), uma jornalista que questiona tudo e todos, percebe bastante de política para saber quando alguma história está mal contada e também não tem medo de defender aquilo em que acredita. É engraçado como esta série mostra como a política é, por vezes, influenciada e condicionada pelos media, como boas medidas podem ser distorcidas e mal-entendidas, acabando por ter um impacto muito diferente daquilo que se pretendia. Isso leva a que no dia-a-dia tenha começado a prestar ainda mais atenção à forma e tempo como as notícias são dadas, porque há algumas que são empoladas e outras apenas notas de rodapé.
Uma vantagem desta série é ter poucos episódios, são apenas três temporadas de 10 episódios cada. Por vezes as séries deixam de ter fio condutor e tornam-se repetitivas pela sua extensão e isso faz com que se perca o interesse, o que não acontece neste caso. Como também já vos disse esta série é dinamarquesa, que é uma língua pouco ouvida por cá e pode ser estranha ao início, contudo eu adoro ouvir línguas diferentes por isso dou-me bem com isso, mas admito que para algumas pessoas isso seja um entrave. Da minha parte orgulho-me de já conseguir distinguir as palavras tak e undskyldning (obrigado e desculpa, respectivamente)
Por isso se estão sem ideias para séries nesta silly season invistam nesta, vale mesmo a pena!