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Tenho opiniões sobre muita coisa, gosto de discutir ideias e gosto de ler. Como já ninguém me ouve, decidi começar a escrever. Não me levem muito a sério.
Como vos disse há uns tempos embarquei numa aventura e pêras em Agosto, finalmente li o tão aclamado The Goldfinch de Donna Tartt. Demorei bastante, mais do que esperava, porque é um livro longo (quase 900 páginas) e pelo meio puseram-se férias, passeios aqui e ali e a coisa foi-se arrastando. Mas o que me fez demorar mais foi mesmo a falta de entusiasmo. Via críticas tão boas, pessoas que devoraram o livro em pouco tempo, coisas tão maravilhosas que acabei por ficar desiludida. Não achei o livro nadinha de especial. Mas vamos por partes.
No geral gostei da história, mas não gostei das personagens. Acho que a história contava-se bem (talvez até melhor) em 300-400 páginas, tudo demora muito a acontecer e isso torna-o aborrecido. Sempre que pegava no livro pensava 'Credo ainda não passei esta parte??'. Em segundo lugar, eu sou uma leitora que liga muito às personagens, gosto que me despertem sensações, gosto de os ver como pessoas a sério, gosto quando estou a ler um livro e, durante as horas em que não posso ler, tenho saudades das personagens. Gosto de personagens que me façam amá-las e odiá-las, mas sempre ao ponto de querer saber tudo o que lhes acontece. Sabem aquela sensação de fazer alguma coisa quotidiana e pensar em personagens de livros porque fizeram algo semelhante, mesmo que insignificante? No caso do Theodore Decker só conseguiu ser indiferente. Raramente me lembrava dele, nunca estive com aquele nervoso nos dedos para ir folhear mais páginas. Por isso, quando a personagem não me convence é uma tarefa difícil. Reconheço que a escrita em si não é má, é interessante, o problema está mais no ritmo do livro e nas personagens pouco interessantes.
Contudo, achei o último capítulo muito interessante - muito filosófico, com uma escrita mais bonita e mais profunda. Foi a minha parte preferida do livro porque nos faz pensar. O livro levanta, ao longo da narrativa, algumas questões éticas e morais, o que é interessante mas pouco explorado, o que acho uma pena. Para um livro tão grande acho que havia espaço para a personagem se debater um pouco mais com algumas questões, no lugar dele sei que pensaria mais nas coisas - acho que faz parte da natureza humana questionar (por vezes até em excesso). Pode ser também esse o objectivo da escritora, deixar as questões para o leitor. Não posso dizer que tenha odiado, como disse o livro tem pontos positivos, mas não gostei assim tanto.
Aproveito esta crítica para introduzir uma novidade: pontuações para cada livro (eu bem vos disse, estou em fase de mudanças!), em formato de . Uma signifca que não gostei, duas que gostei pouco, três não gostei muito mas reconheço pontos positivos no livro (o chamado nem carne nem peixe), quatro gostei, cinco adorei.
The Goldfinch recebe .
To try to make some meaning out of all this seems unbelievably quaint. Maybe I only see a pattern because I've been staring too long. But then again [...] maybe I see a pattern because it's there.